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4 meses sem Mônica: 'ela perdeu a vida, ele segue com a dele', diz tia

Gazeta Web

Leandro Barros, autor do crime e ex-marido da vítima, segue foragido desde o feminicídio

Foto: Reprodução

Nesta quarta-feira (18), completam quatro meses do crime que vitimou Mônica Cristina Gomes Cavalcante Alves, que foi assassinada a tiros pelo próprio marido. O autor, Leandro Pinheiro Barros, segue foragido desde o dia do crime, ocorrido em 18 de junho, na cidade de São José da Tapera. 120 dias depois, os familiares ainda aguardam que a justiça seja feita.


A tia de Mônica, Alessandra Cavalcante, disse que a família lamenta que a sobrinha esteja morta, enquanto o autor do feminicídio, que já foi indiciado pelo crime, está foragido.


“São quatro meses da morte dela, é um dia muito triste para nós da família, porque saber que ele está livre, vivendo a vida dele, que ele tem vida social, isso acaba com a gente todo dia, porque ruim ficou para nós, para ela que perdeu a vida de uma forma tão brutal e não aconteceu nada nesses últimos quatro meses. É um sentimento de angústia, perda e impunidade”, lamentou Alessandra, em entrevista para uma emissora de rádio.


Ela relembra a comoção que o crime causou na sociedade. Passeatas e protestos contra o feminicídio ocorreram à época do crime. Mas, para ela, a falta de notícias sobre o paradeiro do assassino ainda é motivo de angústia e revolta dos familiares.


“Houve uma comoção muito grande no começo, repercussão a nível nacional, mas a gente está vendo que está sendo esquecido. Estamos vivendo um dia de cada vez, sem ela, e com a certeza da impunidade. Não teve nenhum tipo de denúncia - que aponte onde o suspeito se encontra -, é como se o crime não existisse. Ela perdeu a vida e ele segue com a dele”.


Com relação à família do autor, que, no início da investigação, foi acusada de ameaçar os familiares, o que foi negado pela polícia, Alessandra afirmou que eles não têm nenhum tipo de contato.


“Não sabemos onde ele está (o acusado). Ninguém da minha família tem nenhum tipo de informação sobre essa pessoa. Ele não manteve contato com familiares, até onde a gente sabe. “O que a gente mais temia, aconteceu, que foi ele tirar a vida dela. Hoje, a gente vive tranquilo em São José da Tapera, não sofremos ameaças, seguimos nossa vida. Mas nós queremos que o Leandro pague pelo que ele fez", declarou ela, referindo-se a supostas ameaças.


Mônica deixou dois filhos: um menino de nove anos e uma menina de três. Hoje, eles vivem com os familiares.


“Eles estão bem, graças a Deus, esse é o combustível para a gente seguir. Os dois estão sob os nossos cuidados, mas não têm a mãe, que é o principal. A menina é muito novinha e sente muito a falta dela. O maiorzinho também sente. Têm situações que quem está de fora não tem ciência do que é, mas quem convive sabe. Cada comemoração que tem na escola, o simples fato de não ter o acalento, o colo da mãe, mesmo tendo o nosso, não é a mesma coisa”, conta.


O caso


Mônica Cavalcante foi morta a tiros, em frente à sua casa, na cidade de São José da Tapera. No dia do crime, o casal estava em uma festa junina, quando ocorreu uma briga entre eles. O homem deixou o local e, pouco depois, Mônica seguiu para a residência do casal. No caminho até o imóvel, ela gravou o vídeo contando que mantinha uma relação abusiva e que estava tentando se esconder do companheiro.


A população pode ajudar com informações que levem ao paradeiro de Leandro Barros através do Disque-denúncia, pelo 181.

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