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Aguabranquense formada pela Ufal é a primeira quilombola doutora de Alagoas

Maria Helena Menezes é graduada em Letras e pós-graduada em Linguística

Foto: Reprodução

Maria Helena Menezes de Souza é um dos exemplos de como a educação pode mudar realidades. Graduada em Letras pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), ela é a primeira quilombola a ter doutorado no Estado. A acadêmica veio da comunidade quilombola Serra das Viúvas, localizada no município de Água Branca, no Sertão.


O percurso de Maria Helena foi todo realizado na instituição alagoana, com graduação, mestrado e, mais recentemente, com o doutorado. Ambos na área de Linguística pelo Programa de Pós-graduação em Linguística e em Literatura (PPGLL) da Faculdade de Letras (Fale), unidade acadêmica do Campus A.C. Simões.


"Ter galgado um degrau de formação tão destacado é a realização de um sonho. Mas é também um ato de rebeldia, pois eu tinha tudo para paralisar no tempo... Quando criança era muito frequente ouvir as pessoas me chamarem de 'bichinha' e 'coitadinha'. Carrego em meu corpo muitos estigmas sociais: sou mulher, deficiente, negra, quilombola, além disso, venho de uma comunidade marginalizada. Não foi fácil”, disse a doutora.


Maria Helena ingressou no curso de Letras em 2013, pela ampla concorrência. Ela contou que só soube da existência do sistema de cotas na Ufal após ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e considera o programa uma grande ação de inclusão para ingresso ao ensino superior.


Em sua dinâmica vida acadêmica, a doutora foi bolsista do Programa Bolsa Permanência (PBP) para indígenas e quilombolas, monitora da disciplina Teoria Literária, participante do Projeto de Extensão Abi Axé Egbé e do Centro Acadêmico do curso.


O mestrado - concluído em 2020 - também contemplou estudos, tendo como foco a comunidade, com a dissertação: "A variação de nós e a gente na comunidade quilombola Serra das Viúvas". A área de estudo continuou sendo a de linguística e a aprovação para o doutorado ocorreu nos últimos meses da finalização do mestrado.


“O Doutorado foi uma fase muito importante da minha vida. Participei de vários eventos, realizei palestras em diversos ambientes, organizei eventos na minha comunidade, escrevi artigos, capítulos de livros e estagiei no curso de Letras do Campus do Sertão, por dois períodos. Obtive experiências inesquecíveis”, completou.


*com informações da assessoria.


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