Profissionais de saúde estariam com até quatro meses de atraso salarial
Pacientes atendidos pelo setor de oncologia do Complexo Hospitalar Manoel André (Chama), em Arapiraca, tiveram os atendimentos médicos e até mesmo as sessões de quimioterapia suspensas nas últimas semanas, devido atrasos no pagamento de salários.
Uma paciente usou as redes sociais nesta quinta-feira (20) para denunciar que não conseguiu fazer consulta com oncologista, mas o atendimento dela e dos demais pacientes foi cancelado porque a médica estaria há quatro meses sem receber salários.
"Como todo setor da saúde é importante, a oncologia é também importante. Todos os dias alguém descobre que está com câncer e estamos no mês chamado Outubro Rosa. Eu queria deixar a minha indignação e exigir, como ser humana, como cidadã alagoana, que isso seja resolvido", afirmou Marciana, que está em tratamento para câncer de mama desde 2019.
Semanas atrás, o 7Segundos também recebeu apelos de acompanhantes de pacientes em tratamento oncológico, que denunciaram a suspensão do serviço de quimioterapia.
Os problemas no atendimento aos pacientes não são exclusivos do setor de oncologia. Pacientes renais que fazem hemodiálise no Chama também reclamam das condições de atendimento. "Meu irmão está fraco, cansado, e a gente já não sabia mais o que fazer com ele em casa. Levamos para o hospital e o médico disse que meu irmão só seria internado se sofresse um infarto. Nada justifica esse tratamento desumano", afirmou irmã de paciente renal, que pediu para não ter o nome divulgado. Os atrasos salariais também são constantes para os demais profissionais da saúde que trabalham no hospital. Na última semana funcionários chegaram a ser demitidos porque não estavam comparecendo ao hospital. Sem salário, os trabalhadores não tinham como se deslocar para o trabalho. Os funcionários disseram que já chegaram a denunciar os constantes atrasos de pagamento ao Ministério Público do Trabalho, mas a direção do hospital estaria fazendo o depósito do FGTS dos funcionários como uma forma de driblar a fiscalização e fingir que faz pagamentos em dia. A reportagem entrou em contato com um escritório de advogados que presta serviço para o Chama, que informou que iria averiguar a situação junto ao setor de oncologia do hospital, mas até o fechamento da matéria não voltou a dar resposta.
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