Grupo de Trabalho pede presença da Polícia Federal na região
O coordenador regional Nordeste 1 da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Cícero Albuquerque, fez sérias denúncias em relação à delimitação das terras do povo Kalankó, localizado no município de Água Branca, no Sertão alagoano.
Segundo Albuquerque, o clima de tensão tem se intensificado desde a retomada dos trabalhos do Grupo de Trabalho (GT), que estava paralisado há nove anos. O GT, instalado no último dia 29, é responsável por garantir os direitos dos povos indígenas e é composto por antropólogos, um geógrafo, motoristas, pessoas ligadas e convidadas pela Funai, além dos próprios indígenas.
Preocupado com a situação, Albuquerque encaminhou denúncias ao Ministério dos Povos Indígenas (MPI), à presidência da Funai, ao Ministério Público Federal (MPF), à superintendência da Polícia Federal em Alagoas (PF) e à Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP). No documento, relata ameaças e a presença de veículos estranhos nas proximidades das residências de lideranças indígenas, como um Fiat Toro vermelho.
Há alguns dias, o ambiente já vinha apresentando indícios desses acontecimentos preocupantes, o que levou Albuquerque a solicitar à Secretaria de Segurança Pública do Estado o acompanhamento das atividades do GT por agentes de segurança.
“Solicitamos ainda que para evitar chamar atenção para as ações do grupo que os veículos estivessem descaracterizados e que os agentes de segurança pública estivessem em trajes civis e não fossem da região, evitando assim o aumento dos comentários e das tensões na região. Sem diálogo, porém, o comando da segurança fez tudo exatamente ao contrário, o que nos levou, coletivamente, coordenações do GT, da Funai e lideranças indígenas a dispensar o acompanhamento ostensivo e dos agentes regionais da segurança pública indicados pela respectiva secretaria”, denunciou, ao solicitar a presença da PF na região.
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