Sede da prefeitura e prédios de secretarias municipais também foram alvo da ação, que investiga possíveis crimes de desvios de recursos públicos federais, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (11) uma operação em cidades de Alagoas e de São Paulo, para investigar possíveis crimes de desvios de recursos públicos federais, lavagem de dinheiro e organização criminosa na prefeitura de Rio Largo (AL). Um dos alvos dos 35 mandados de busca e apreensão é o prefeito Gilberto Gonçalves (PP).
O g1 entrou em contato com o advogado do prefeito, mas não havia obtido resposta até a última atualização desta reportagem.
Também foram cumpridos mandados em Maceió, Messias, Paripueira, São Sebastião e Palmeira dos Índios e um em São Paulo.
A Justiça determinou o afastamento de agentes públicos dos cargos que ocupam em Rio Largo, pelo prazo de 60 dias, além da proibição de frequentarem órgãos públicos do município, de manterem contato entre si e de se ausentarem do país, devendo entregar os passaportes. A lista dos agentes que foram afastados dos cargos ainda não foi divulgada.
Também foi determinada a imediata suspensão dos contratos entre as pessoas jurídicas e a prefeitura de Rio Largo, além do sequestro de bens móveis e imóveis para garantir o futuro ressarcimento aos cofres públicos no valor de R$ 12 milhões.
Um vídeo feito por um agente da Polícia Federal mostra que, durante o cumprimento de um dos mandados de busca e apreensão, um dos alvos da operação tentou se desfazer de um aparelho de celular para evitar que não fosse apreendido pelos policiais
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De acordo com a PF, a operação ocorre em parceria com a Controladoria Geral da União e investiga os possíveis crimes de desvios de recursos públicos federais, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com recursos do FUNDEB e SUS, que teriam ocorrido no município de Rio Largo.
Prejuízos aos cofres públicos
A investigação aponta que as contratações e respectivos pagamentos para aquisições de material de construção, peças e serviços para veículos realizados pelo município de Rio Largo, em favor de duas empresas, teriam ocorrido de forma irregular.
Ainda segundo a Polícia Federal, entre 2019 e 2022, foram realizados 245 saques “na boca do caixa” de contas de tais empresas, com o valor individual de R$ 49 mil, logo após terem recebido recursos de contas do município de Rio Largo, visando burlar o sistema de controle do Banco Central/COAF, que prevê a obrigatoriedade das instituições bancárias informarem automaticamente transações com valores iguais ou superiores a R$ 50 mil.
A operação foi chamada de Beco da Pecúnia, uma referência ao local onde a Polícia Federal flagrou quatro entregas de valores a pessoas vinculadas à prefeitura logo após terem sido sacados por duas pessoas que trabalham em empresas contratadas pelo município.
No fim dos mês de julho, o Fantástico exibiu uma reportagem onde mostrou um vídeo em que agentes ligados ao município se encontram com representantes de empresas contratadas da prefeitura em um beco para receber um pacote, passado de um carro para o outro, onde segundo a polícia havia dinheiro.
Fonte: G1
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