A pedido do Ministério Público, polícias e Perícia fazem reconstituição de assassinato de menina de 12 anos em Maravilha
- Ascom - MP/AL
- há 18 minutos
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A simulação, ocorrida nessa quinta-feira (16), contou com equipes das polícias Científica, Civil e Militar, além dos três suspeitos da autoria.

Com o intuito de esclarecer dúvidas, responsabilizar devidamente os criminosos, eliminar contradições e tentativas de defesa dos presos, o Ministério Público de Alagoas (MPAL), solicitou, por meio da Promotoria de Justiça local, que tem como titular o promotor de Justiça José Antônio Malta Marques, a reconstituição do crime bárbaro que vitimou, fatalmente, em 3 de janeiro de 2025, a menor Ana Clara Firmino da Silva, de 12 anos, e feriu um adolescente de 14 anos, no município de Maravilha, no sertão de Alagoas. A simulação, ocorrida nessa quinta-feira (16), contou com equipes das polícias Científica, Civil e Militar, além dos três suspeitos da autoria.
O promotor de Justiça José Antônio Malta Marques explicou sobre a necessidade de policiais e peritos montarem, estrategicamente, os cenários para comparação com as oitivas dos suspeitos.
“Essa simulação estava marcada desde o período em que foi ofertada a denúncia e, ontem, foi possível realizar. O requerimento se deu com a participação dos possíveis assassinos, bem como do amigo da menina que, para desespero dos presos, sobreviveu à tentativa de homicídio. Então, agora é aguardar a conclusão técnica dos peritos e da polícia. O Ministério Público acredita que a reconstituição é uma prova importante, não somente para nós, mas também para o juiz e o delegado, pois será possível comprovar, por meio dela, se há distorções entre o que foi falado e o que foi evidenciado nessa quinta-feira”, destaca.
O perito Marcos Aurélio Duarte, chefe Especial do Instituto de Criminalística do Agreste, participou, juntamente com quatro peritos criminais e três auxiliares de perícia, da Reprodução Simulada do “caso Ana Clara”, que foi coordenada pelo perito Adailton Emiliano.
Sobre os procedimentos, Marcos disse: “Fomos ao local com cinco peritos e três auxiliares, fizemos todas as observações julgadas importantes para o momento, com o intuito de que nosso trabalho possa, mais uma vez, corroborar com a Justiça. A simulação terminou por volta das 23 horas e, a partir de agora, teremos cerca de 30 dias para analisar, sintetizar os dados, fazer as considerações finais e encaminhar ao juiz ”, afirma o perito.
O caso
A criança oi morta a golpes de faca, à traição, pelas costas, chocando a que deixou inerte a população da pequena cidade de Maravilha, de pouco mais de 9.500 habitantes. O Ministério Público do Alagoas (MPAL), por meio da Promotoria de Justiça local, ofertou denúncia em desfavor de três pessoas pelo assassinato de Ana Clara Firmino da Silva, de 12 anos, além de tentativa de homicídio triplamente qualificado.
Os autores do crime, que ocorreu durante a festa da padroeira, teriam simulado um assalto para não levantar suspeitas. O autor intelectual, e também material, segundo a denúncia, nutria interesse de se relacionar com a vítima fatal e teria se indignado ao vê-la conversando na calçada de uma creche com o sobrevivente.
Ana Clara e o adolescente que sobreviveu aos golpes de faca, enquanto conversavam, foram surpreendidos por um veículo na cor prata estacionando e dele saindo dois homens e uma mulher. Enquanto um cometia o espancamento, os amigos deram ordem para o outro casal correr deixando na mira Ana Clara e o outro rapaz, dando total cobertura para que nada impedisse o assassinato. A vítima que estava com Ana Clara ainda conseguiu esmurrar um deles e, apesar de ser atingido por um golpe de faca nas costas, conseguiu empreender fuga.
Ana Clara foi barbaramente atingida com golpes de faca na região glútea e escapular indo a óbito no local do crime. Como demonstração de tremenda perversidade, os criminosos ainda deixaram a faca peixeira cravada em suas costas. Sobre os denunciados, vale reforçar que os assassinos cometeram os crimes de feminicídio e a tentativa de homicídio.
Há depoimentos que revelam que o denunciado interessado em se relacionar com a menina tinha o costume de vigiar e persegui-la em festas e outros lugares públicos. Após os crimes, os três se destinaram às suas residências como se nada tivesse ocorrido.
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