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Juliano Rodrigues

Igualdade


A raça humana só pode chegar no nível que estamos agora graças a um único e grande fator: a sociedade. O ato de nos organizarmos, dividirmos tarefas e repassarmos conhecimento permitiu que dominássemos o planeta e vivêssemos uma vida muito mais confortável do que na pré-história. Desenvolvemos regras, ciências, linguagens e arte e toda a sociedade humana os usava e se inspirava. A partir desse ponto, quem comandava a legislatura, as ciências, as línguas e as artes, também comandava o restante da população. Deste instante em diante, as estruturas de poder foram definidas e a sociedade se separou em hierarquia, uma minoria começou a reinar sobre uma maioria e cientes disso, padrões foram postos. A maioria sempre teve que se moldar a minoria, obedecer o que a minoria disse, ser o mais próximo da minoria.


Obrigar que uma pessoa se assemelhe a outra é ilógico, já que todos são distintos. Demandar que apenas alguns tipos de corpos são aceitáveis, cores de pele indicam caráter, local de origem indica formação, distintos gêneros e sexualidades são inadequados e religiões diferentes são maléficas, por exemplo, é algo que deveria ser inaceitável, principalmente nos dias atuais, onde passamos por diversas revoluções sociais e políticas.

Uma parte da maioria sempre vai acatar o que a minoria diz, mas outra parte vai querer defender liberdade. Neste ponto, as pessoas que querem ser livres de normas serão atacadas física e psicologicamente por quem tem pensamentos contrários.


Diariamente vemos na mídia os ataques e violências que pessoas que não entram no padrão “aceitável” sofrem- e é apenas a ponta do iceberg. No ano de 2019, 329 pessoas LGBTQ+ morreram, sendo 32 de suicídio e 297 por homicídio. Geralmente os homicídios são extremamente violentos, como o caso da travesti Quelly da Silva, que foi assassinada e teve seu coração arrancado por Caio Santos de Oliveira, que ainda afirmou “Ele[Ela] era um demônio, eu arranquei o coração dele[dela]. É isso.”. Neste mesmo ano, 4.533 pessoas negras foram mortas em decorrência da brutalidade policial, enquanto 1.271 brancos foram mortos no mesmo período. Dessas pessoas negras mortas, temos Ágatha Félix, de 8 anos, Kauê Ribeiro dos Santos, de 12, Kauan Rosário, de 11, e João Pedro, de 14. No mesmo período de um ano, no Rio de Janeiro, foram feitas 766 denúncias de racismo. Em São Paulo, 3969 boletins de ocorrência para casos de intolerância religiosa foram registrados. 3.739 mulheres foram mortas, e desse número, 1.324 foram casos de feminicídio.


Em curtos 365 dias mais de 6.300 casos de crimes de ódio ocorreram. O nosso país se mostra cada vez mais desigual e violento, cada vez mais preconceituoso e liderado pelo ódio. Os dados alarmantes mostram uma realidade extremamente difícil de mudar, mas não impossível.


A única forma de mudar nossa sociedade atual é pelo conhecimento. Saber o que é ofensivo, o que é respeitoso e entender que não importa as diferenças, nada justifica o massacre e crueldade. E aqui temos o papel do Igualdade, um local de constante luta e aprendizado, um local que serve para acabar com preconceitos e ajudar a construir uma sociedade mais justa, mais igualitária.

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