Mais Água Alagoas: capacidade de abastecimento triplica em Ouro Branco após R$ 33 milhões em investimentos
- Agência Alagoas
- há 16 minutos
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Obras na Bacia Leiteira começam a resolver a problema histórico de escassez de água no Sertão alagoano

Moradores de Ouro Branco, município historicamente afetado pela escassez de água no Sertão alagoano, começam a vivenciar uma nova realidade no abastecimento. Desde que assumiu a operação em setembro de 2022, a concessionária Conasa Águas do Sertão tem implementado uma série de melhorias e investimentos estratégicos que resultaram no aumento significativo da oferta de água na região.
As ações, fruto de um planejamento técnico detalhado e de um aditivo contratual com o Governo de Alagoas, visam solucionar um problema crônico e levar mais qualidade de vida para a população.
Antes das intervenções, o abastecimento em Ouro Branco era marcado por longos períodos de rodízio, com a água chegando às torneiras apenas alguns dias por mês. Em alguns casos, a espera podia durar até 20 dias.
Hoje, graças à ativação de novas adutoras e à recuperação de reservatórios que estavam inoperantes, foi possível triplicar a vazão de água para o município, passando de 8 litros por segundo para 30 litros por segundo. Essa melhoria permitiu que o ciclo de abastecimento fosse reduzido para uma semana, contemplando toda a área urbana.
Aditivo
As obras fazem parte de um aditivo contratual de R$ 71 milhões, sendo R$ 33 milhões destinados especificamente para melhorias na Bacia Leiteira, que inclui Ouro Branco, Maravilha e Poço das Trincheiras.
Esse montante contempla a recuperação de aproximadamente 300 km de adutoras, a ativação de 11 reservatórios e um intenso trabalho de combate a perdas, com a remoção de ligações clandestinas e fraudes que comprometiam o sistema.
"Recebemos do Estado a responsabilidade de executar essas obras, que são cruciais. Encontramos adutoras antigas, que passavam por dentro de propriedades rurais e apresentavam muitos desvios. Com as novas linhas diretas e a recuperação dos reservatórios, estamos garantindo que mais água chegue com qualidade e regularidade às casas das pessoas", explica Antonio Hercules Neto, diretor da Águas do Sertão.
Para o secretário de Estado de Governo, Vitor Pereira, os resultados positivos da operação ocorrem graças à união do poder público com a iniciativa privada.
“A junção das políticas públicas com a eficiência de gestão privada está sendo fundamentais para conseguirmos cumprir as metas de universalização do saneamento no estado. Com o Programa Mais Água Alagoas, monitoramos os trabalhos das concessionárias e também realizamos investimentos, como este aditivo para a Conasa Águas do Sertão, essencial para conseguirmos melhorar o abastecimento em Ouro Branco”, destaca o secretário.
Um dos grandes desafios enfrentados pela empresa foi a existência de uma adutora antiga, com diversas ligações irregulares, que abastecia principalmente áreas rurais e sítios. Com a entrada em operação da nova adutora, mais moderna e eficiente, foi necessário um período de adaptação e manobras operacionais para garantir o abastecimento de todas as localidades.
Uso racional
A concessionária tem trabalhado para conscientizar a população sobre a importância do uso racional da água e do combate às fraudes, que prejudicam todo o sistema.
"Estamos investindo em tecnologia, como o uso de geofones para localizar vazamentos ocultos, além de macromedidores e de um Centro de Controle Operacional (CCO), para identificar rapidamente qualquer irregularidade na rede e coibir o vandalismo", complementa Antonio Hercules.
“Apesar dos transtornos temporários que obras dessa magnitude podem causar, os benefícios a longo prazo são inegáveis e não se limitam a Ouro Branco, abrangendo outras localidades como Olivença, onde a ativação de adutoras e reservatórios também solucionou problemas históricos de abastecimento”, afirma.
Os moradores de Ouro Branco já percebem a diferença. Um exemplo é o de Neide Rodrigues, moradora do bairro Marechal. Ela conta que agora está muito feliz com a melhoria no abastecimento.
"Há cerca de dois meses estou contando com água em casa. Antes eu precisava pagar caminhão pipa para abastecer a caixa d’água durante o mês e gastava cerca de R$ 350. Agora não preciso mais ficar comprando água e pago apenas a fatura, que dá cerca de R$ 80. Estou muito feliz e espero nunca mais sofrer com falta d’água como antes", relata Neide.
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